Por Thais Libni
O Ministério da Saúde decidiu incluir todas as gestantes e puérperas no grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19. A medida consta de uma nota técnica da pasta divulgada aos estados e municípios.
Até então, a vacina era indicada apenas para as grávidas que tinham doenças preexistentes ou estavam em algum outro grupo previsto para receber a vacina (como trabalhadores de saúde, entre outros) após avaliação de riscos e benefícios com o médico.
A estimativa é que existam hoje cerca de 3 milhões de gestantes e puérperas no país. O documento do ministério não cita data específica, mas estima que a oferta da primeira dose ocorrerá até o final de maio.
Na nota técnica, a pasta diz que a decisão pela inclusão das gestantes na campanha de vacinação considerou possíveis riscos e benefícios, a situação epidemiológica do país e dados que apontam aumento no risco de hospitalização de pacientes com Covid neste grupo.
Em Mato Grosso do Sul
O Estado já registrou 22 mortes maternas, sendo 14 por Covid-19 registradas no primeiro trimestre de 2021 em Mato Grosso do Sul, a Defensoria Pública entregou a Secretaria de Estado de Saúde (Ses) pedido de medidas de atenção à saúde das gestantes e puérperas, entre elas a inclusão a inclusão deste grupo entre as prioridades na imunização contra a doença.
“O Brasil é onde mais morrem gestantes por Covid-19. No ofício entregue ao secretário ressaltamos que essa quantidade de mortes é expressiva quando comparamos no mesmo período de 2020, que teve apenas três óbitos”, pontuou a coordenadora do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), defensora Thais Nominato.
O secretário, Geraldo Resende, afirmou que compartilha da necessidade de inclusão das gestantes no Plano Nacional de Vacinação (PNI) e tem pleiteado apoio para a abrangência da cobertura vacinal.
“Para mim o retrato mais cruel é a mortalidade maternal e infantil. Eu como ginecologista obstetra sei que minha passagem por aqui [na SES], não será completa se eu não fizer algo a respeito. Sobre a vacina estou pedindo apoio das entidades de ginecologia e obstetrícia para que levem a pauta ao Conselho Nacional de Saúde (Conas) e haja a inclusão desse grupo”, explicou o secretário.