Eduardo Miranda, Súzan Benites
“As empresas com problemas de restrição vão ter dificuldades em acessar esses créditos governamentais. Apesar de ser um capital de giro, o banco avalia o risco e, quanto menor ele for, melhor a chance de conseguir esse financiamento”, reforçou Silva.
O acesso ao crédito é uma dificuldade apontada pelos empresários desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Com a crise econômica muitos enfrentam dificuldades para pagar salários ou manter as empresas abertas. Na tarde desta quarta-feira (1°), o Governo do Estado, setor produtivo e Banco do Brasil vão anunciar linhas de crédito emergenciais de mais de R$ 400 milhões para micro e pequenas empresas.
Os recursos atenderão cerca de três mil micro e pequenas empresas de Mato Grosso do Sul. O pacote é referente às linhas do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) na linha Capital de Giro Emergencial, com R$ 204 milhões e Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que disponibilizará R$ 3,7bilhões para todo o País, ambas pelo Banco do Brasil.
Conforme adiantado ao Correio do Estado pelo secretário de Governo, Eduardo Riedel , somadas as duas novas linhas, a estimativa é que mais de R$ 400 milhões serão ofertados para o micro e pequenos empresários de MS. “Se o Estado fosse um paciente, seria a dose de adrenalina. Você está dando por um lado um coquetel dos remédios, mas também que dar uma injeçãozinha na economia. A população não está doente fisiológica, está doente do bolso”, disse.
A maior dificuldade apontada pelo setor produtivo é para oferecer as garantias necessárias para a tomada de empréstimos. O economista Hugo Garcia da Silva, explicou que todo crédito é vinculado a uma instituição financeira. “Então, como que o empresário consegue crédito? É preciso contato com a instituição financeira para poder mandar as documentações necessárias. Pode ser por meio do aplicativo da instituição financeira ou ele vai ter que ligar no celular do gerente dele para que possa encaminhar a documentação necessária para fazer atualização do cadastro e aí gerar o limite de crédito”.
O economista reforça que a instituição precisa avaliar o risco dessa operação. Sem isso, ela não vai conceder capital de giro para nenhuma empresa. “As empresas com problemas de restrição vão ter dificuldades em acessar esses créditos governamentais. Apesar de ser um capital de giro, o banco avalia o risco e, quanto menor ele for, melhor a chance de conseguir esse financiamento”, reforçou Silva.
PROGRAMA
O Pronampe, instituído pela Lei 13.999, de 18 de maio de 2020, tem por objeto o desenvolvimento e fortalecimento dos pequenos negócios, por meio da concessão de crédito para o financiamento da atividade empresarial nas suas diversas dimensões, podendo ser utilizado para investimentos e para capital de giro.
O Sebrae-MS e parceiros realizarão coletiva, nesta quarta-feira, às 16h30, para divulgar mais detalhes sobre a linha de financiamento, juros, prazos e carência. A reunião será transmitida no canal do Sebrae no endereço youtube.com/canalsebraems.