Por Súzan Benites
Apesar de registrar saldo negativo em 1.992 empregos, Mato Grosso do Sul confirma a tendência de desaceleração do número de demissões. O índice apresenta uma melhora quando comparado ao mês anterior, a diferença entre admissões e desligamentos em abril foi de 6.992 demissões. Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o número de novos contratos aumentou 18% enquanto o número de demissões diminuiu 20% no comparativo entre abril e maio.
Em maio foram admitidos 11.187 trabalhadores, enquanto em abril o número de contratados era de 9.497. Já o número de pessoas desligadas do trabalho caiu de 16.489 em abril para 13.179 em maio. De acordo com a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS) esse já era um indicador esperado de amenização da intensidade com que as demissões estão acontecendo.
“Tivemos um fluxo bastante significativo no fim de março até o começo de maio, mas no resultado geral temos uma perda dessa intensidade. Porque tivemos uma retomada do comércio, uma leve recuperação da intenção de consumo, o Dia dos Namorados movimentou a economia de uma forma diferenciada e temos visto o aumento do fluxo de compras. Então diante de tudo isso, já era esperado que tivéssemos a perda da intensidade [das demissões]. A preocupação que a gente tem é com o avanço do contágio e voltarmos a ter medidas mais restritivas, e termos novamente uma retração na intenção de consumo”, explicou a economista.
Nos cinco primeiros meses do ano o Estado registra saldo negativo de 1.315 empregos, resultado de 86.128 admissões contra 87.443 demissões. Entre os municípios do Estado, 36 dos 79 finalizaram o quadrimestre positivos. Dourados liderou com saldo de 225 vagas, resultado de 1.551 contratações e 1.326 demissões. Os resultados negativos foram registrados em 40 municípios de MS. O pior resultado na criação de vagas foi registrado em Campo Grande lidera com saldo negativo de 1.538 demissões, resultado de 3.999 novos contratos e 5.537 desligamentos.
SEGMENTOS
Já considerando os setores de atividades econômicas, a construção civil liderou na criação de vagas. O setor registrou a criação de 87 vagas em maio. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada (Sinticop-MS), Walter Vieira dos Santos, afirmou que o Estado não registrou demissões. Ele afirmou que foram fechados acordos individuais com empresas para a manutenção dos empregos nesta época de pandemia. “Dos cinco mil trabalhadores do nosso setor, pelo menos dois mil já estão assegurados com acordos feitos entre sindicato e empresas”, diz.
Segundo o sindicalista, mesmo as empresas que não fecharam acordo já sinalizaram que vão manter o quadro de funcionários. “Todas empresas são unânimes em utilizar como recurso o banco de horas caso haja necessidade, como por exemplo, se houver diminuição de obras”, explicou Santos.
O setor de serviços registrou -1.008 vagas e o comércio liderou com -615 vagas em maio. A economista do IPF-MS, ressalta que pode ser que ainda tenha mais demissões, mas mantendo-se o cenário, intensidade será bem menor.
“Depende da saúde e do comportamento das pessoas. Em abril nós realmente tínhamos uma intensificação das demissões , em maio a gente já esperava que fosse perder um pouco da força. As expectativas dos próprios empresários para os próximos três meses é que essa intensidade perca ainda mais força, podem ocorrer demissões, mas em proporções muito mais moderadas. Os empresários estão tendendo a manter o quadro de colaboradores”, finalizou Daniela.
NACIONAL
No País, o emprego formal registrou, em maio, o terceiro mês seguido de desempenho negativo. Segundo dados divulgados pelo Caged, 331.901 postos de trabalho com carteira assinada foram fechados no último mês. Apesar do encolhimento do emprego formal, houve melhora em relação a abril, quando haviam sido fechados 860.503 postos. A retração de empregos totaliza 1.144.118 de janeiro a maio.
Na divisão por ramos de atividade, quatro dos cinco setores pesquisados fecharam empregos formais em maio. A estatística foi liderada pelos serviços, com a extinção de 143.479 postos, seguido pela indústria com 96.912 postos a menos.
MANTIDOS
Dados do Ministério da Esconomia apontam que até maio, o Estado registrou 43.200 contratos enquadrados na suspensão ou redução de jornada e salários. A medida visa a preservação de empregos com o pagamento de uma espécie de seguro-desemprego durante o período.