Willams Araújo
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luis Roberto Barroso, admitiu rever nesta segunda-feira (29), durante videoconferência com prefeitos, a posição que defende publicamente sobre a realização das eleições municipais este ano.
A possibilidade de o ministro mudar de opinião foi uma resposta a questionamento feito pelo presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), Pedro Caravina, que representou os prefeitos da região Centro Oeste durante a reunião virtual promovida pela CNM (Confederação Nacional de Municípios).
Ao encaminhar sua perguntar, Caravina falou das dificuldades dos municípios diante do agravamento da pandemia do Covid-19 (novo coronavírus) em todo Brasil, além do risco que os candidatos e eleitores correm caso a calendário eleitoral seja mantido para este ano.
Há dias, o Senado aprovou PEC 18/2020 (Proposta de Emenda à Constituição) que fixou os dias 15 e 29 de novembro como datas do pleito este ano. Agora, o texto está sendo analisado pela Câmara dos Deputados, onde ainda não existe consenso.
Caravina fez várias ponderações na reunião, inclusive sobre a questão sanitária, a saúde pública, não apenas em Mato Grosso do Sul, mas em todo país, nesse momento de crise, sobretudo, advertiu que não existe nenhuma garantia de que a situação esteja controlada até lá, a possibilidade de se ferir a democracia, o índice de abstenções, além dos riscos a mesários e a população de um modo geral.
Diante disso, o dirigente perguntou se já não era o momento de decidir pela suspensão das eleições e não apenas empurrar a data mais para frente, como é o desejo de algumas lideranças em Brasília.
Como resposta, segundo Caravina, o ministro, além de não descartar a possibilidade de rever sua posição, revelou contudo, que tinha em mãos informações técnicas de saúde pública de que em setembro a curva de contaminação pelo Covid-19 deve começar a cair.
“Ele disse que vai aguardar, porque os médicos disseram pra ele que em setembro a curva começa a cair e novembro vai estar mais tranqüilo e em condições de fazer as eleições, mas que ele não descarta uma nova reunião, uma nova tomada de decisão junto com o Congresso Nacional”, informou o presidente da Assomasul e membro do Conselho Político da CNM.
Na reunião, apenas cinco presidentes de entidades estaduais de municípios, além do presidente Glademir Aroldi, usaram da palavra.