Por Fábio Oruê
Para auxiliar o sistema de educação e levar os conteúdos para a maior parte dos alunos da Rede Estadual de Ensino (REE), o governo começará a transmitir pela televisão os conteúdos que seriam passados nas salas de aulas presencialmente. A iniciativa ocorre depois do período de recesso e também da avaliação de que somente por meio de ferramentas on-line o alcance do conteúdo não era satisfatório.
Desde o dia 23 de março, alunos, professores e todo o sistema precisaram se adaptar às medidas de isolamento social por causa do coronavírus, utilizando estratégia de aprendizagem de forma remota para os 210 mil alunos da rede. A emissora escolhida foi a Rede MS Integração de Rádio e Televisão, grupo que controla a TV MS (afiliada da RecordTV) e emissoras de rádio em Campo Grande e no interior.
O processo foi feito sem licitação, amparado pelo estado de calamidade pública que vigora em razão da pandemia de Covid-19, doença causada pelo coronavírus. O valor do contrato, publicado ontem em Diário Oficial, é de R$ 663,9 mil.
Ao ser perguntada por que a administração estadual não escolheu utilizar a TV Educativa (TVE Cultura) em vez de contratar a TV MS, a secretária de Educação de MS, Maria Cecília Amêndola da Motta, explicou que a escolha foi feita pensando no alcance da emissora privada em Mato Grosso do Sul.
“A gente está tentando alcançar o maior número possível de alunos e a TVE não alcança. Então, por isso a gente abriu para outros parceiros, outras TVs, com o objetivo de alcançar a todos”, disse ela em transmissão ao vivo na tarde de ontem.
O conteúdo televisionado é um reforço para a educação e auxilia principalmente os alunos que não têm acesso à internet. Atividades e videoaulas já são disponibilizadas em plataformas na internet, mas estudantes que não têm acesso à rede em casa podem ser prejudicados. Ainda não há data para a transmissão começar, mas o governo já oficializou a parceria.
“Esse conteúdo pode ser utilizado também pelas redes municipais, e por que não pela rede privada? Todos os professores vão poder ter acesso por meio de um canal aberto a esses conteúdos. Nós teremos o horário dividido para a Educação Infantil, uma parte do horário para os anos iniciais dos Ensino Fundamental, para os anos finais do Fundamental I e para o Ensino Médio”, disse o superintendente de Informação e Tecnologia da Educação, Paulo Cézar Rodrigues.
Assim que os detalhes da programação educativa forem definidos, os horários serão divulgados para os alunos. Os estudantes que não têm acesso à internet também poderão usar as salas de tecnologia, localizadas nas escolas estaduais, mas é preciso agendar um horário antes.