Ricardo Perrone
Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Roberto de Assis Moreira, podem finalmente deixar a prisão no Paraguai nesta terça-feira (7). Mas isso não significará liberdade para a dupla. Acusados de entrarem no país com documentos paraguaios de conteúdo falso, eles aguardam trâmites burocráticos para oficializar a troca da prisão preventiva pela domiciliar.
A mudança foi solicitada nesta terça-feira (7) pelos advogados dos irmãos e aceita por Ministério Público e Justiça local durante audiência que contou com participação de Ronaldinho e Assis via chat online com vídeo direto da prisão.
A proposta apresentada pela defesa dos gaúchos ao Ministério Público do Paraguai envolve o pagamento de um milhão e seiscentos mil dólares (R$ 8,3 milhões) como fiança, além das garantias de custódia permanente apresentadas pelo hotel. O montante milionário – depositado ao Banco Nacional do Desenvolvimento do país – será devolvido à dupla ao final do processo, caso eles não fujam.
No hotel, eles serão vigiados por guardas, além de não poderem deixar o país enquanto durar o processo. A defesa espera que eles deixem a prisão ainda nesta terça. Outros dois pedidos de prisão domiciliar tinham sido negados.
Promotor explica decisão
“Aceitamos o pedido da defesa, por um lado, por causa do avanço investigativo. Por outro lado, por que os processados ofereceram uma quantia que entendemos garantir que eles se submeterão à prisão domiciliar”, afirmou Osmar Legal, um dos promotores responsáveis pelo caso, em entrevista ao UOL.
O MP encerrou a análise da perícia nos celulares dos brasileiros e concluiu não existirem dados que liguem ambos comprometedoramente à empresária paraguaia e Dalia López, considerada foragida pela Justiça do país.
Ronaldinho participaria de um evento promovido pela ONG dela. López pediu a intermediários que cuidassem da elaboração dos documentos. Seus advogados afirmam que ela solicitou documentação verdadeira.
Confira a nota divulgada pelo MP do Paraguai:
“A defesa ofereceu 800 mil dólares por cada um, 1,6 milhão no total, já depositados no Banco Nacional de Fomento do Paraguai. Bem como outra documentação. Eles ofereceram um hotel como domicílio, com o aval dos gerentes e a custódia permanente. O Ministério Público também solicitou outras fianças como custódia permanente da polícia e foi absolvido. Portanto, o juiz concede prisão domiciliar no referido local, o vínculo é aceito, eles terão custódia permanente e proibições de deixar o país. Falta uma etapa anterior, que é a aceitação formal das pessoas afetadas, a aceitação das referidas condições ou não. Mesmo que seus advogados estejam presentes na audiência, as medidas devem ser aceitas pelos próprios réus.”