Por Súzan Benites
O Senado aprovou na segunda-feira (30) a ajuda emergencial de R$ 600 por três meses para trabalhadores autônomos, informais e sem renda fixa, que estão impedidos de trabalhar durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Conforme estimativa levantada pela reportagem do Correio do Estado, há mais de 700 mil trabalhadores de Mato Grosso do Sul com possibilidade de receber o Coronavoucher – injeção de mais de R$ 420 milhões mensais na economia estadual. A expectativa é que os pagamentos ocorram até o dia 10 de abril.
Entre os critérios que os trabalhadores recebam a renda emergencial estão: ser maior de 18 anos; não ter emprego formal; não receber benefício previdenciário ou assistencial de outro programa que não seja o Bolsa Família; renda familiar mensal per capita (por pessoa) de até meio salário mínimo (R$ 522,50) ou renda familiar mensal total de até três salários mínimos (R$ 3.135,00); exercer atividade na condição de microempreendedor individual (MEI).
Considerando as possibilidades, são 112.997 famílias de baixa renda do Estado que são beneficiadas com o Bolsa Família, conforme informações do Ministério da Cidadania. E outras 591 mil pessoas trabalham por conta própria ou sem carteira assinada, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda há possibilidades de outros profissionais entrarem na conta, como motoristas de aplicativos e taxistas, por meio de uma autodeclaração que será disponibilizada após o projeto ter a sanção presidencial e se transformar em medida provisória.
Já o levantamento da equipe econômica da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) aponta que a medida deve beneficiar 300 mil em MS.
O secretário Jaime Verruck destaca a necessidade de celeridade das ações do Ministério da Economia, para que o resultado chegue aos pequenos negócios.“Apesar de importantes para atender esse público específico, a medida ainda não está disponível e chegando na ponta para os trabalhadores que já estão sofrendo os impactos da queda na atividade econômica do País. Neste momento, precisamos que os resultados cheguem na ponta”, destacou.
ECONOMIA
De acordo com a economista do Instituto de Pesquisa da Fecomércio (IPF-MS) Daniela Dias, os recursos ajudarão as pessoas a terem o essencial, mas devem chegar logo para ajudar famílias. “Temos muitos microempreendedores individuais que estão impossibilitados de trabalhar e têm uma menor a capacidade de sobrevivência em longo prazo. É uma renda que vai ajudar boa parte da população”.
A economista ainda reforçou que apesar de um recurso pequeno, é essencial para a subsistência nesse período. “Aliados às contas de água e energia, que podem ser adiadas e renegociadas depois, tudo acaba contribuindo para sobrevivência dessas pessoas que vão conseguir comprar o essencial. A situação está bastante complicada e precisa haver a liberação o quanto antes desse recurso”, afirma.