Por Giuliana Saringer, do R7
O desemprego aumentou e atingiu 12,3 milhões de brasileiros no trimestre encerrado em fevereiro, segundo a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (31).
A pesquisa aponta que a taxa de desocupação ficou em 11,6% frente a 11,2% no trimestre anterior (setembro, outubro e novembro de 2019), com mais 479 mil pessoas desempregadas.
A analista da pesquisa, Adriana Beringuy, afirma que é comum que a taxa aumente neste período do ano. “É normal que no início do ano ocorra essa interrupção, porque já vínhamos numa trajetória de taxas declinantes no fim do ano. Não tínhamos visto essa reversão em janeiro, no entanto, ela veio agora no mês de fevereiro, provocada por uma queda na quantidade de pessoas ocupadas e um aumento na procura por trabalho”, diz.
Normalmente, o aumento do desemprego neste período do ano se dá devido às demissões dos funcionários temporários contratados para o Natal. No entanto, neste ano, o aumento foi justificado pdlos setores de construção (-4,4%), administração pública (-2,3%) e também pelos serviços domésticos (-2,4%).
Em contrapartida, a taxa diminuiu frente ao mesmo período de 2019, quando o desemprego era de 12,4% e atingia 711 mil pessoas a menos. Adriana diz que “essa queda foi causada pelo crescimento no número de pessoas ocupadas (1,8 milhão), o que impediu a taxa de crescer nessa comparação”.
A população ocupada é representada por 93,7 milhões de brasileiros, enquanto a desalentada é de 4,7 milhões — este número mostra a quantidade de pessoas que desistiram de procurar um novo emprego.
O número de trabalhadores com carteira assinada ficou estável, estimado em 33,6 milhões.
Informalidade
A informalidade atingiu 38 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro. O IBGE afirma a taxa caiu de 41,1% no trimestre anterior para 40,6% neste.
O grupo de trabalhadores informais inclui os sem carteira assinada, domésticos sem carteira, empregadores sem CNPJ, quem trabalha por conta própria e trabalhadores familiares auxiliares.
De acordo com Adriana, essa queda da informalidade está concentrada na redução de contingentes de trabalhadores por conta própria sem CNPJ e também de trabalhadores empregados sem carteira.
“A gente ainda vive sob a influência do mês de dezembro, em que tivemos um desempenho muito bom das contratações com carteira trabalho. Muitas pessoas foram contratadas via carteira de trabalho no comércio, o que deu um pouco mais de consistência aos dados de formalidade. Isso pode estar contribuindo para a queda na quantidade de informais”, afirma.
Metodologia da pesquisa
O IBGE faz a coleta de dados pessoalmente, mas, devido a pandemia no novo coronavírus, a pesquisa está sendo realizada por telefone. Segundo o órgão, quem quiser confirmar a identidade do entrevistador no momento da ligação pode acessar o site “Respondendo ao IBGE“.