Naiane Mesquita
Com a pandemia do novo coronavírus, as escolas foram fechadas e cada instituição precisou se adaptar aos moldes do ensino a distância.
Além de Sofia, Daniela também tem Matheus, 6 anos, que frequenta o primeiro ano do Ensino Fundamental. Com os dois em casa, ela e o marido têm se desdobrado para manter as atividades em dia. “Eu sou da área da saúde, trabalho como farmacêutica bioquímica do Hemosul e não fechamos lá, continuo trabalhando no período da tarde. Meu marido fica uma semana em casa e a outra na empresa, então, estamos levando, nos revezando, um dia de cada vez”, explica Daniela.
Os pais também foram incluídos em um grupo de WhatsApp no qual os professores auxiliam em dúvidas e enviam vídeos para os alunos.
Em casa, Bianca é incentivada a se envolver com atividades lúdicas. “Como ela ainda não tem toda essa obrigação de conteúdos, por conta da idade, as atividades são lúdicas, contam com auxílio de vídeos indicados pelos professores e histórias, para depois seguir para o livro de atividades. Há, ainda, sugestões de recreação para estimular atividades físicas. Todos estamos nos adaptando e essa interação com a escola ajuda bastante”, explica Milena.
Para a diretora Mirian Moura Bastos, da Escola Manoel de Barros, as atividades a distância têm tido bons resultados. “As professoras planejaram as aulas de acordo com o material que as crianças levaram para casa previamente. Também criamos um grupo de WhatsApp para cada turma, e o encaminhamento das atividades é feito pelo grupo. Também ficamos de plantão no e-mail e tiramos todas as dúvidas dos pais em relação ao conteúdo”, explica.
Para manter o laço dos alunos com os professores, são gravados vídeos de incentivo. “De orientação, de incentivo, falando que sentem saudade. Por exemplo, um dos professores gravou um vídeo sobre futebol mostrando um aquecimento para as crianças fazerem em casa e também abordando os fundamentos do futebol”, frisa Mirian.
Segundo a diretora, a escola já trabalhava com a metodologia ativa e a inclusão da tecnologia como ferramenta educacional. O período mostrou que a tecnologia pode ser aliada, e não vilã. “Incentivamos o protagonismo da criança no aprendizado. Exibimos um vídeo, por exemplo, com o conteúdo e as crianças são incentivadas a tirar dúvidas e a dialogar sobre o vídeo. Antigamente, não tínhamos outra fonte de informação a não ser a escola e os livros, agora, a informação está na palma da mão e disponível às crianças”, acredita Mirian.
Profissionalizante
Outras instituições de ensino também investiram na tecnologia para manter o aluno envolvido no conteúdo.
De acordo com a coordenadora pedagógica do Cebrac, Ana Paula Souza Malta, os estudantes estão recebendo conteúdos extras para o estudo em casa. “A proposta é que o aluno continue conectado com o curso, por isso estamos oferecendo esses conteúdos extras”, explica.
Diferentemente das escolas, as aulas não seguem o conteúdo programado para o curso presencial. “São aulas diferentes das regulares, mas que contribuirão para o conhecimento dos estudantes. Postamos no canal do YouTube e eles acessam de casa”, frisa.
Como a escola é profissionalizante, a faixa etária é variada, de 10 a 60 anos. “Os alunos mais velhos são os que mais acessam o curso e participam das atividades on-line”, esclarece a coordenadora.