Por Dênis Matos
O prejuízo com roubos e vandalismo em lojas do Centro, região onde houve o carnaval de rua neste final de semana, vão motivar ações judiciais de lojistas contra a Prefeitura de Campo Grande. Segundo os comerciantes, a situação foi prevista desde o ano passado e o Poder Público insistiu em manter a festa sem as devidas precauções.
“Levamos para eles (Prefeitura) o que houve, desde o ano passado quando tivemos de arcar sozinhos com os prejuízos, e esse ano se repetiu. Pois bem, nosso jurídico vai providenciar e ingressar com ações coletivas para todos os lojistas que quiseram recuperar o prejuízo judicialmente contra a Prefeitura”, informou o presidente da CDL/CG (Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande), Adelaido Vila.
Segundo registros da CDL, a Romera e a livraria Paulus tiveram prejuízo na madrugada do domingo, além de lojas na Calógeras. A Paulus teve prejuízo, também, no ano passado. O tema foi amplamente debatido pelos lojistas na manhã do domingo, para busca de providências.
“Todo ano é a mesma coisa, tenho que investir em segurança extra, nas câmeras da loja, a mesma preocupação. Evento em área de comércio com muita gente não está sendo bom para nós”, explica Karim Obeid, da Casa do Camilo, com mais de 35 anos atuando na região da Calógeras. “Meus primos também, passam pela mesma situação e os outros comerciantes. Estamos relatando tudo e passando para CDL. Este evento precisa estar em área longe do Centro”, revela.
A folia de sábado teve público de 35 mil pessoas na região da Esplanada Ferroviária, de acordo com a Guarda Municipal, e a mesma estimativa na Avenida Fernando Corrêa da Costa, promovido pela Prefeitura no período noturno.
“A Prefeitura anunciou câmeras de vigilância, o investimento que foi feito nestas câmeras e de reforço na vigilância. Onde estão? Serão de necessidade para identificar os responsáveis por estes atos. Por isso, estamos colocando nosso departamento jurídico para atender os lojistas para todo lojista que teve prejuízo em relação ao vandalismo para ressarcimento desses valores pela Prefeitura”, explica Adelaido Vila.
O comandante da Polícia Militar, coronel Waldir Acosta, em resposta aos vídeos e imagens da folia, comentou que a PM realiza operações na região e, todos os dias, há prisões. “A PMMS realiza operação policial no referido local com pessoas presas por algum tipo de delito, evasão ou por mandado de prisão”.
“Não foi por falta de aviso, pois a CDL/CG advertiu inúmeras vezes quanto a necessidade de reforçar a segurança na dispersão dos foliões, de maneira a evitar esses problemas, sempre alertando ao poder público a importância da segurança aos foliões e lojistas”, pontua Vila.
“Passamos o ano passado no vermelho e as vendas de final de ano foram tímidas, apesar da nova 14 de julho. E enfrentar o prejuízo pelo carnaval, é difícil”, reflete Karim Obeid.
FERNANDO CORRÊA
Neste ano a Prefeitura de Campo Grande retomou o show na Fernando Corrêa e outros eventos para desafogar a região da Esplanada Ferroviária, onde são realizados os desfiles de blocos e cordões de carnaval, como o tradicional Cordão da Valu. Outra tradição, com os batalhões de Choque da PM dispersando foliões na Calógeras também foi retomado ainda na madrugada do domingo, conforme vídeos divulgados nas redes sociais.