Assessoria
A chegada da infraestrutura na MS-450, a Estrada Ecológica entre os distritos de Palmeiras e Piraputanga, mudou o cenário local, com o asfalto rompendo trechos rochosos e desfiladeiros que desafiaram os engenheiros da obra executada pelo Governo do Estado, com investimentos de R$ 21,2 milhões. A pista de terra, sinuosa e estreita entre morros, deu lugar a uma estrada larga e com segurança, garantindo acesso o ano todo.
“Vamos construir aqui uma das estradas ecológicas mais belas do Estado e do País”, afirmou o governador Reinaldo Azambuja, ao assinar a ordem de serviço para o asfaltamento dos 18,7 km, há dois anos. Uma obra considerada emblemática, pela beleza e valor ambiental da estrada e sua importância para desencadear o desenvolvimento de uma região de grande potencial para o ecoturismo, entre os municípios de Dois Irmãos do Buriti e Aquidauana.
Com 55 km de extensão, do trevo com a BR-262 ao centro de Aquidauana, a MS-450 é o principal acesso aos distritos privilegiados pelos recursos naturais situados no entorno dos paredões de arenito da Serra de Maracaju cortados pelo rio Aquidauana, que dividem planalto e planície. O local é muito visitado por pescadores e amantes de esportes radicais, como ciclismo e escaladas, e conta com estrutura de hotéis, pousadas e pesqueiros.
“O acesso pavimentado da estrada parque mudará o perfil do nosso turismo e desenvolverá uma região esquecida por outros governos”, comemora o prefeito aquidauanense Odilon Ribeiro (PSDB). “Reinaldo Azambuja está investindo como nenhum outro governador investiu em Aquidauana, e essa obra da estrada vai trazer muitos benefícios, dando um grande impulso ao turismo e também na produção rural, pois agora vamos ter facilidade de escoamento.”
Sítios arqueológicos preservados
Exigindo alargamento da pista e estrutura de drenagem de águas pluviais no pé da morraria, a obra foi entregue pelo governador Reinaldo Azambuja no dia 19 de dezembro.
O último trecho pavimentado, de 700 metros, alterou o traçado da estrada próximo ao Córrego das Antas, que recebeu ponte de concreto.
A MS-450 é classificada como Estrada Ecológica e integra a Área de Proteção Ambiental (APA) de 10 mil hectares, criada em 2000.
O complexo é um diversificado ambiente que exigiu intervenção monitorada pela Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos). A Agência realizou estudos das áreas com incidência de sítios arqueológicos, onde vários fragmentos do período pré-indígena, com milhares de anos, foram encontrados.
Como resultado das pesquisas, um trecho de 760 metros da rodovia, na confluência do Morro Paxixi, em Piraputanga, não recebeu massa asfáltica para preservar uma área delimitada por arqueólogos contratados pela Agesul. No local, onde foram encontrados fragmentos deixados por vários grupos pré-históricos, como ferramentas de pedra e uma fogueira que datam 3.000 anos, deverá receber estrutura para visitação a um museu a céu aberto.
“São testemunhos da ocupação de um lugar muito interessante, palco de vários cenários históricos, como a chegada da ferrovia, a exploração do garimpo de diamante, que, preservados, podem contribuir com a memória local e o turismo”, afirma o arqueólogo Gílson Martins, 65, responsável pelo estudo realizado ao longo de 2,5 km da faixa de domínio da estrada.
Uma estrada para contemplar
O trade turístico, o comércio e os produtores rurais da região comemoram a chegada da infraestrutura viária. Para o dono do restaurante Pita, de Piraputanga, Ademar Cassaro, 50, o asfalto “é uma grande conquista” e impulsionará a economia, principalmente o ecoturismo. Morador há 30 anos do lugar, o radialista Jorge Faria, 64, não cansa de contemplar a nova estrada e convida as pessoas para visitá-la, sugerindo uma viagem noturna.
Com a pavimentação da rodovia, toda região será beneficiada, principalmente a comunidade local, que praticamente ficava isolada em dias de chuva”, afirma o secretário municipal, Humberto Torres. “É uma obra de grande importância para o fomento do turismo, vai estimular o fluxo dos turistas que procuram a região para lazer, aumentando a taxa de ocupação dos empreendimentos, além de atrair novos investidores”, acrescenta.