Campo Grande
Coração da América, capital do Pantanal, cidade branca, festeira, festiva e multicultural, a cidade de Corumbá está pronta para receber com todas as honras o 15º Festival América do Sul Pantanal que acontece de 14 a 17 de novembro.
Depois da Festa do São João e do Carnaval, o Festival é o evento mais esperado na região, explica o Secretário de Cultura de Corumbá, Joilson Silva da Cruz, um dos grandes entusiastas e incentivador cultural, que pelo seu intenso trabalho, foi escolhido pela comunidade para ser homenageado durante o Festival.
O Festival, segundo a Diretora-Presidente da Fundação de Cultura, Mara Caseiro, é o reconhecimento da identidade pantaneira com suas tradições e diversidade.
“Tentamos reunir o que há de melhor em nosso Estado e nos países da fronteira, Bolívia, Paraguai e Argentina”, diz Mara, destacando ainda a contribuição do Festival com o meio-ambiente através de oficinas e palestras além da homenagem ao Rio Paraguai, responsável pela migração e colonização da cidade e pela diversidade sociocultural, que faz de Corumbá uma cidade única.
Nesta 15º edição, serão homenageados também o escritor corumbaense, Hélio Serejo (in memorian), o cantor e compositor Paulo Simões – autor (junto com Geraldo Roca) de uma das canções mais emblemáticas do Mato Grosso do Sul – “Trem do Pantanal”; além do artista plástico Edson Castro, um dos expoentes das artes do Estado – atualmente radicado em Paris, e por último, mas não menos importante, a homenagem a religiosidade do povo corumbaense através da curandeira Cacilda, ambos indicados pela Câmara Municipal de Corumbá.
Presente no lançamento do Festival na última quarta-feira (16), o cantor Zezé Di Camargo estará no palco ao lado do irmão Luciano, na abertura do evento, dia 14. E foi ele quem falou da sua profunda ligação com o Pantanal, que conhece e frequenta há mais de 18 anos. Apaixonado pela pesca esportiva, que defende com fervor, Zezé contou que nem gosta da sua primeira foto como pescador, onde aparece ao lado de vários peixes.
“Em todos estes anos nunca levei um peixe do Pantanal para casa”, confessa o artista, ressaltando ainda que a Cota Zero tem todo o seu apoio. “O peixe tem que ser devolvido ao rio, não importa o seu tamanho”, declarou.
Além de defender a pesca esportiva, segundo ele “principalmente para fortalecer os ribeirinhos que vivem da atividade pesqueira”, Zezé disse que aceitou a missão de divulgar o Pantanal com a devida licença dos colegas, músicos, como ele. Em sua fala, ele contou da admiração pela música feita em Mato Grosso do Sul e citou o cantor Almir Sater como um dos expoentes. E finalizou dizendo que coloca a sua imagem à disposição do Estado para divulgar o que ele chamou de santuário da natureza, o Pantanal.
A escolha de Zezé di Camargo e Luciano revelou-se, portanto, uma decisão certeira da Fundação de Cultura. Além de atrair grandes plateias, a admiração que Zezé têm pelo Estado e pelo Pantanal vai garantir uma apresentação memorável e inspiradora.
O cantor ganhou de presente uma viola de cocho (instrumento musical típico do Estado, tombado pelo Patrimônio Histórico) entregue pelo próprio autor da obra, tombada pelo Patrimônio Histórico, o Sebastião. O instrumento tinha no centro a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Além da dupla sertaneja, estarão no palco os Paralamas do Sucesso, Diogo Nogueira, Lucy Alves, entre outros artistas que foram selecionados através de Edital. Com foco na integração das artes, o FASP 2019 vai contar também com apresentações de grupos teatrais, circenses e de dança sul-mato-grossenses, que terão a companhia de coletivos do Peru, Argentina, Bolívia e Uruguai. Tudo aberto ao público, em palcos na Praça da Independência, no espaço Caixa Cênica e na Tenda Rio Paraguai, no Porto Geral.