POR NOTÍCIAS AO MINUTO
No campo da neurociência já existem estudos que afirmam que o mundo virtual tem mudado o cérebro das novas gerações. Existem também estudos que apontam que as crianças e jovens são agora mais inteligentes devido à Internet, mas também muito mais inseguros e com menos capacidade de lidarem com pessoas e frustrações.
Para Fabiano de Abreu, a Internet e, em especial as redes sociais, estão mudando a forma como o nosso cérebro funciona, principalmente em relação à cognição: “Na minha opinião quanto mais rostos um indivíduo convive na sua vida, menos decora as faces recentes, decorando-as apenas quando as vê repetidamente. É como se nosso cérebro fosse seletivo e o armazenamento limitado, apagando assim o que já sabe que é constante, repetitivo e sem aproveitamento”.
E continua: “É como se a rede social injetasse tantas informações na nossa mente que fizesse essa parte seletiva agir não só no mundo real como também no online. As informações vem tão ‘mastigadas’ que o cérebro se adapta a não necessitar de se lembrar, a ter de armazenar, tendo assim um sistema de busca externo. A minha teoria é de que seremos menos inteligentes no futuro, ou talvez apenas teremos um tipo de inteligência diferente que ainda não conseguimos entender. O Google mastiga a informação e nosso cérebro entende essa praticidade, logo pode ser que a nossa inteligência venha a ser diferente da atual, compartilhada com as máquinas”.
E acrescenta: “Até a idade contemporânea evoluímos de forma mais natural, de acordo com o universo. A Internet e as suas consequências nos obrigaram a armazenar mais informações que podíamos ou que supostamente deveríamos e o cérebro, assim como um computador, começou a dar um certo ‘delay’, com dificuldade de processar tudo.
Por isso, agora estamos ficando mais preguiçosos. Quando fazemos muitas coisas ao mesmo tempo, o nosso cérebro trava, como uma máquina com pouca capacidade de processamento. Agora, com tantas informações, vivemos como um HD lotado, lentos, fragmentados, pois ainda não evoluímos na mesma medida. Estávamos aprendendo a nos adaptar à realidade de viver mais e dedicar o nosso tempo de forma diferente do passado, até que a Internet ocupou esse tempo e o reduziu, fazendo com que vivêssemos uma vida útil menor que na era medieval. Vivemos mais tempo, mas aproveitamos menos a vida real”.